10/06/2016

Capítulo 11.


Justin Bieber POV.
03h57min AM.

Pisco algumas vezes e, na ultima, me recupero-me e tento, de alguma forma, acabar com o sono que sinto. O frio não é devastador, mas posso sentir os pelos do meu corpo, algo quente que chama por minha cama, se levantarem. Eu oro para que a viagem não dure mais do que meia hora, tudo o que eu penso é: como foi que eu cheguei ao ponto de levantar da minha cama no meio da madrugada para poder comprar kiwis e morangos? Selena acordara assustada essa madrugada. Ela pediu por tais frutas, eu reclamei no mesmo segundo, mas quando encarei seus olhos brilhosos, não pude dizer não.
Entrego a quantia de dinheiro para o homem alto por trás do balcão. Ele embala minhas compras e me manda um simples sorriso de lado, quase como se soubesse que meu sono está preste a derrubar todo o meu corpo. Devido à habilidade de andar e o cansaço excessivo, cambaleio para trás, porém não caio.
São três horas da manhã, não exatamente, mas não mais do que três e meia.
Chicago, por ser grande, há cerca de três ou mais mercearias vinte e quatro horas. Eu rodei a cidade em busca de uma, isso me fez lembrar o quanto meu pai acabou com a minha vida no segundo em que me comprou uma casa tão distante de tudo o que realmente preciso.
Eu passo algum tempo dirigindo, olhando para a estrada escura e morta. Penso em Selena e no nosso bebê. Perco-me em recordações, mas que, por alguma razão, tiveram um rumo estranho, pois eu sorrio ao me pegar pensando em nomes para nosso bebê. Talvez seu nome devesse ser algo que me lembrasse dela, ou de sua personalidade incomum, porém incrível.
É nessa hora que eu penso em como eu estou começando a nutrir sentimentos diferentes pela garota que está me esperando essa noite. Eu olho para os morangos ao lado e rio, talvez eu queira ser esse tipo de pessoa. Alguém capaz de levantar à noite para comprar algo apenas para fazer alguém bem, nem que seja por alguns segundos.    
Tranco a porta quando coloco meu corpo para dentro da casa escura. Sei o caminho até a cozinha, de cor. No entanto, me arrasto, sentindo o calor finalmente alcançar a espinha das minhas costas.
Coloco as três bandejas de morando sobre o balcão, faço o mesmo com as outras três de kiwi. Procuro o creme de leite no primeiro armário e recolho um prato, também. Quando aproximo meu corpo da pia, sinto suas mãos rodearem meu corpo. Sua barriga, agora maior do que eu pensava que estaria, me faz relaxar em seus braços e soltar uma risada fofa, deixando evidente o quanto tenho gostado de seus simples gestos meigos. Às vezes, eu me pego comparando-a com tudo o que Hailey sempre foi. E eu não menti no momento em que disse preferir Selena...
— Sabe, eu estive pensando em alguns nomes. — sou o primeiro a puxar assunto. A claridade não é a melhor. Eu havia aumentado a opacidade do lustre.
Ela se afasta e para ao meu lado, abrindo as bandejas; todas as seis. E logo eu a vejo lavar os morangos, enquanto eu descasco os kiwis.
— E quais seriam?
— Ainda tenho dúvidas sobre como chamar se for um garotinho, mas caso seja garota... Podemos chamá-la de Sky!
 Sky? — questiona-me.  
— Você faz tantas perguntas sobre o céu. — Selena sorri de lado, eu a olho e faço o mesmo.
— Eu adorei! — sua resposta sai como uma melodia, de uma maneira dócil e, ao mesmo tempo forte. — Se for garoto, talvez eu lhe deixe chamá-lo de Luke. — solto uma risada engraçada e preparo sua gororoba gostosa, jogando os pedaços de kiwi e morango dentro do prato coberto por creme de leite e açúcar.
— Eu não gosto mais de Luke, mas eu pensarei bem em um outro nome. — Selena balança a cabeça e nós subimos para o segundo andar. Eu carrego o prato, ela trás uma colher.
Seu corpo sobe na cama, ela demora um pouco, mas logo se senta cruzando as pernas. Eu acompanho cada movimento e, depois, entrego o prato cristalino da cor azul escura. Ainda ao seu lado, apoio minha cabeça no travesseiro e a vejo saborear as frutas agora brancas. Seu rosto se move, ela sorri meiga e recolhe um morando com seus dois primeiros dedos, levando-o até minha boca, sujando meus lábios, porém o gosto é ótimo.
— É ótimo, não? — pergunta. Mesmo demorando alguns segundos para dá-la à resposta, balanço a cabeça e rio após engolir a fruta.
— É bom mesmo.
— Mas eu não vou te dar mais. — rio alto e noto que seu rosto voltara a estar da forma de minutos atrás.
— Boa noite, Sel. — fecho meus olhos, ela não me responde, mas sei que ouvira minha voz, que mesmo baixa, esteve cercada por gentileza.
Eu ouço o barulho que o vidro do prato faz ao tocar em algo. Ela terminou de comer, não preciso olhá-la para ter essa certeza. Entretanto, exatos dois segundos, eu sinto seus lábios doces tocarem os meus. Isso me faz rir, ela solta uma gargalhada deliciosa, é cativante, acho que ninguém poderia não se prender a isso.
— Boa noite. — responde Selena.
Eu durmo bem essa noite, eu a vejo no meu sonho.

Selena Gomez POV.
No dia seguinte.
— Não foi ao colégio hoje, querida? — eu ando calmamente ao lado de Pattie. Mesmo sabendo a resposta, ela se sentiu no dever de perguntar.
— Não. Eu não quero mais estar lá, nem mesmo quando meu filho nascer. — sou sincera, aquele lugar não é mais o mesmo depois do acontecimento no vestiário. Eu talvez não queira ver mais o tipo de pessoa que o círculo nojento criara. Isso é sobre todos, até mesmo Taylor.
— Eu entendo. Eu também engravidei nova e todos me julgaram quando souberam. Não é algo que você possa esconder por muito tempo. — assinto com a cabeça, presto bastante atenção em suas palavras. — Mas sabe o que eu fiz quando comecei a ser o assunto principal no colégio? Eu mandei todos se foderem. — gargalho, ela é demais! — E você acredita que eles me deixaram em paz depois disso? Acho que foram se foder mesmo. — ela é uma peça, talvez eu deseje ser tão legal quanto ela. — Mas e você e o Justin? Estão se dando bem?
— Aham! — digo feliz. — Estamos nos aproximando a cada dia mais e eu adoro isso, porque eu acho que o amo. Na verdade, eu sei que o amo e estar com ele se torna a melhor coisa. É uma sensação tão calma, ele me reconforta.
— Ele é um bom garoto, só tenha paciência com ele. — sei do que Pattie está falando, eu teria toda paciência do mundo se isso fizer Justin me amar como eu o amo. Eu o esperarei todos os dias.
Paramos em frente a minha casa. Passamos algumas horas juntas, Pattie foi a melhor companhia que tivesse, não poderia ter pedido alguém melhor para me acompanhar ao médico. Ela sorriu durante todo o momento em que vimos o pequeno bebê pelo visor, ele parecia um borrão, mas estava feito, com todos os seus dedinhos, se preparando para virar seu pequeno e miúdo corpo por dentro do meu
— Você pode me ligar se precisar de qualquer coisa. — diz a mulher, segurando minhas mãos e alisando-as de uma forma meiga.
— Eu queria que você me ajudasse em algo. — estou acanhada, mas não posso perder a oportunidade. — Poderia me ensinar a cozinhar? — Pattie sorri e balança a cabeça.
— Claro, querida. — sua voz soa tão bem, isso faz com que eu tome impulso e abrace seu corpo à frente do meu. — Amanhã eu passo aqui para buscá-la. Podemos passar à tarde juntas enquanto te ensino uns pratos maravilhosos. Logo você pega o jeito. Não há segredo algum.  
— Ah, vai ser maravilhoso. Obrigada. — aperto seu corpo e fecho meus olhos. — Obrigada por estar sendo tão legal comigo. Eu sinto como se realmente precisasse disso. — Pattie balança um pouco seu corpo e nós cortamos o abraço.
— Eu senti ele se mexer... — diz.
— Sim, ele se mexe quando estou feliz. Eu reparei isso. Sempre quando sorrio eu o sinto. — ela sorri meiga e alisa meus cabelos. — Eu já o amo tanto. Você acha que ele me amará?
— Claro, você é a mãe dele. — eu não sei o que respondê-la, no entanto, novamente a abraço. — Tem certeza que não quer vir comigo hoje? Fico preocupada em deixá-la aqui sozinha. Você pode passar mal...
— Eu vou ficar bem. Justin deixou o número da oficina e disse que posso ligá-lo a qualquer hora que eu precisar. — ela novamente assente e, outra vez, cortamos o abraço. — Obrigada pela companhia e o almoço maravilhoso.
— Não foi nada. — seu corpo se afasta, e agora tenho em mente a quem Justin puxou. — Nos vemos amanhã e cuide bem do meu netinho... Ou netinha.
Quando eu a vejo cruzar a avenida e sumir das minhas vistas, eu entro em casa, tirando e colocando meu casaco sobre o sofá.

Justin Bieber POV.
08h02min AM.
Sinto seu corpo tremer ao lado do meu. Ela parece nervosa, talvez envergonhada. As outras duas garotas estão ao seu lado, um pouco distantes de mim. Elizabeth nos olha por segundos, solta um suspiro e conserta seus óculos. Paro minhas mãos sobre a calça jeans, estou irritado por tudo isso e, só de pensar na cena ao qual vi, sinto vontade de gritar e esmurrar todas as quatro paredes do cômodo gélido.
— Selena não veio?  — questiona a diretora, essa é uma das poucas perguntas que fora capaz de fazer a mim.
— Ela não virá mais às aulas. — aviso.
— Ela perderá o ano se abandonar os estudos.
— Eu sei disso, mas não irei obrigá-la a estar em um lugar em que não se sinta bem. — afundo meus olhos, minhas íris se esmagam canto á canto. — Tampouco rodeada por pessoas tão hipócritas. — dessa vez digo não debochado, mas sim rude. Hailey se encolhe todinha. — Eu queria saber se há algo que possamos fazer para redimir as faltas dela.
— Como, por exemplo? — pergunta Elizabeth. Ela, agora, retira seus óculos e se levanta de sua poltrona por trás da imensa mesa de madeira escura, totalmente tabaco.
— Trabalhos... — respondo baixo.
— Eu não sei se isso será o suficiente, Justin. São muitas matérias, ela perderá muitos conteúdos. — eu bufo irado, sei que ela não diz por mal. — Mas podemos tentar, se quiser. — levanto minha cabeça e sorrio para a mulher morena ainda de pé. — Entretanto, eu já aviso que não será fácil.
— Obrigada, diretora. — assim que respondo, volto a olhar para a loira ao meu lado. Ela não dissera nada desde que se sentou. — O que você fará a respeito do que aconteceu? — Elizabeth bufa e olha para as três garotas encolhidas, agora sim elas parecem inofensivas. — Porque se você não fizer nada, eu farei.
— Justin, o máximo que posso fazer, eu já fiz. — ela me responde. — Hailey, Kendall e Kylie estão expulsas do colégio por terem agredido verbalmente uma colega de classe, por terem denegrido e causado constrangimento à Selena.  — anuo com a cabeça. Eu esperava isso. — Agora se você quiser fazer algo a mais do que isso, sinta-se à vontade. Elas sabem que o que fizeram, é crime.
Eu agradeço e simplesmente me levanto, sorrindo de lado e saindo de sua sala. Em questão de segundos, eu ouço a porta se bater. Kendall e Kylie atravessam meu corpo, mas eu sei que ela está atrás de mim. Talvez sinta vergonha, talvez queira me dizer algo, pois, de repente, escuto sua voz fina sussurrar meu nome. Eu apenas movo meu rosto e paro meus curtos passos. Não conseguira andar nem ao menos dois metros.
— Oi? — pergunto.
— Me desculpe. — diz, isso me faz olhá-la por completo. Viro meu corpo totalmente, apenas para olhá-la melhor.
— Não é a mim que você deve desculpas. — não pareço rude, por mais que eu queira estar sendo.
— Eu sei que não, mas também sei que não a verei mais. — Hailey passa seus dedos nas pálpebras inferiores e seca as lágrimas que acabam brotando. — Eu só preciso saber uma coisa... Se nada disso tivesse acontecido... Você ainda estaria me amando?
— Hailey... — murmuro, sei o que direi poderá magoá-la, mas não sei ser menos sincero. É algo preso ao meu caráter. — Se nada disso tivesse acontecido, eu ainda estaria achando que tudo o que eu sentia por você era amor. — seus olhos se arregalam, ela parece surpresa. — Mas a verdade é que eu me enganei. Eu nunca amei você. — dou uma imensa pausa, é o suficiente para vê-la chorar de verdade. — Eu não estou falando isso para feri-la de alguma forma, nem para me vingar de algo. É só que... Eu acho que estou sentindo coisas por ela, coisas que eu nunca senti por você e nem por ninguém. — ambos não cortamos o contato visual, seus olhos claros estão cobertos pelas lágrimas que se recusam a rolarem. — Pode não ser amor, talvez eu também esteja enganado sobre isso, mas... Eu acho que está na hora de eu dar um rumo a minha vida e parar de ser aquele moleque popular do colégio que pega todas quando briga com a namorada.
A loura balança a cabeça e enxuga as lágrimas; finalmente, rolaram.
— Eu vou ter um filho e talvez meu pai tenha razão. Esse casamento não é para mim, não é para me fazer feliz, é para fazer alguém feliz. Esse é o tipo de pessoa que eu quero ser. Eu quero poder fazer tudo isso sozinho, cuidar de uma família, da minha família... — paro de olhá-la, encaro o céu por trás da janela aberta. — Eu acho que Deus fez tudo isso de propósito, sabe? Porque ela é uma garota incrível, e eu... Eu nem sou tudo isso. E eu estou aprendendo a gostar dela e das coisas que temos feito juntos, como dormir abraçados, ou comer bobeiras à noite, por não sabermos cozinhar. — completo. — Você não entenderia, é algo louco, mas eu acho que gosto de todas as perguntas que ela me faz durante os dias
— É. — ouço sua voz falha. — Eu espero que você seja feliz, Justin. — Hailey sorri, mas sei que está péssima por dentro.
— Idem. — assim que respondo, sorrio de lado e simplesmente me viro, caminhando rapidamente para fora da secretaria.

Aproximadamente nove horas depois.
05h00min PM.
Fecho a porta com delicadeza e subo apressado para o segundo andar. Ela está deitada, encarando seu caderninho aveludado da cor rosa. Só que, no segundo em que nota minha presença, vira seu rosto e sorri. Carrego firmemente minha mochila, mas a coloco quando sinto minhas pernas tocarem o colchão da cama.
— Como foi? — ela pergunta se levantando, andando de joelhos sobre o colchonete. E quando deleta a distância, eu a beijo calmamente, dedilhando seu rosto fino e quente. Meus dedos estão gelados, isso faz com que sua pele sofra uma corrente elétrica, porém fraca.
— Foi bom. — digo sincero. — Como foi o seu dia? — nós cortamos o abraço e Selena se senta cruzando as pernas.
— Eu fui ao médico com sua mãe. — olho-a por alguns segundos, esperando que ela termine. — Nosso bebê está saudável. Talvez eu possa ver o sexo na próxima vez.
— Acho que quero ir na próxima vez. — digo risonho. Ela balança a cabeça e me observa arrancar uma sacola transparente de dentro da mochila. — Eu fui à casa dos seus pais hoje. Busquei todas as estrelinhas que ficam pregadas no teto do seu quarto.
— Oh, jura? Eu as amo. — noto a felicidade em seu timbre.
— Veja. — afundo minha mão esquerda dentro da sacola e puxo algumas delas. São brancas. — Vamos testar.
Subo na cama e, rapidamente, colo as estrelas sobre o teto, cobrindo todo o perímetro onde nossos olhos passam quando olhando para cima.
Quando feito, me deito e a garota faz o mesmo. Estamos lado a lado.
— Apague o abaju. — peço. Selena não responde, apenas faz o que eu disse. Então, quando o escuro toma conta do quarto, eu vejo as inúmeras estrelas brilharem por cima dos meus olhos. — Você tem razão... É como encarar o céu. — Selena ri, eu não a olho, mas sorrio também. — Qual é a pergunta de hoje?
O que você sente por mim?
— Eu não sei, mas é algo bom.


“Eu esperaria por você para sempre, todos os dias.
Seu mundo é meu mundo, porque quando você sorri, eu sorrio”.
U Smile

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