Selena Gomez POV.
12h20min AM.
Suas
mãos pousam em meu corpo, um sorriso largo é estampado em meu rosto. Aquela
música romântica, a que eu tanto penso durante meu dia, apossa meus ouvidos e é
como se eu a escutasse claramente. Seus olhos claros, os mais lindos já vistos
por mim, cobrem meu corpo. Eu sinto vergonha e minhas bochechas queimam. Talvez
eu ainda não estivesse acostumada a estar tão próxima de um garoto.
Fecho
meus olhos, eu os apertos tão forte que sinto algumas lágrimas descerem pela
lateral do meu rosto. Não compreendo, mas sei que não é pelo fato de ter Justin
tocando em mim, na verdade, eu gosto. Gosto da forma como ele olha para mim
toda, como se só existisse apenas eu. No momento, eu sinto tudo a minha volta
desaparecer e ele me olha profundamente, enxerga mais do que um par de olhos
escuros o encarando. Por essa razão, a curva dos seus lábios se intensifica e,
mais uma vez, sua boca segue em direção ao meu pescoço já suado. Eu não sei o
que fazer, mas gosto de acariciar seus cabelos, enquanto sinto sua língua
áspera massageia minha pele acima dos ombros.
Oh,
se você soubesse o quanto tenho gostado de você e o quanto o mundo tem sido
menos horrível apenas por você existir.
É
tão bonitinho como ele solta uma risada após sentir meu corpo tremer sob o seu.
Já passara da meia noite, então, por essa razão, Justin sobe um pouco seu
corpo, apoia sua mão esquerda no colchão prendendo-me a ele. Logo eu ouço sua
voz bem baixinha, um pouco acima do meu rosto, sentindo sua respiração golpear
fracamente meus lábios:
—
Qual é a pergunta de hoje?
Eu
penso bem antes de responder, sorrio também, porque é a primeira vez que o vejo
me olhar diferente. Eu adoro isso.
— O amor verdadeiro é só uma vez na
vida? — seus
olhos se aprofundam e ele volta a beijar minha boca entreaberta. Sua mão
direita aperta minha coxa, ela se mantém sobre suas pernas. Meu pé esquerdo se
arrasta sobre o seu direito.
Justin
decola sua boca em direção ao lóbulo da minha orelha esquerda. Alguns beijos
são depositados e então, um sussurro meigo salta de suas cordas vocais:
—
Sim, é apenas uma vez. — seguro firmemente seus braços e encaro o teto.
—
Eu te tenho tão pouco e tenho tanto medo de perder esse pouco para alguém que
pode ter tudo.
Ele
ri e levanta minha blusa branca, jogando-a para o alto e encarando meus seios
desnudos. Eu me enrugo toda, solto uma risada acanhada e simplesmente o olho
pela bilionésima vez.
A
única peça de roupa que cobre meu corpo é uma calcinha mediana preta. Seus
dedos se enroscam entre cada lateral e, rapidamente a peça é puxada de mim.
Nada mais me cobre além do seu corpo rígido há poucos milímetros distantes.
Justin se levanta e fica ajoelhado
sobre a cama por um tempo. Me olha bem, eu e meu corpo nu. Quero ler sua mente,
pois me sinto um troço nesse exato momento. Me pergunto por
que gosto de uma pessoa que não sente nada por mim. Não sente amor e nem ódio. Não sente nada.
Ele
arranca seu cinto – sem utilidade alguma –, joga o objeto para o lado e lambe
seus lábios. O cinto cai ao chão e faz um barulho estranho. Só que eu
fecho meus olhos. Não posso olhá-lo e ter em mente que ele está pensando em
alguma coisa sobre mim ao encarar-me de cima. Então toda aquela conversa de
invisibilidade some. Dessa vez eu não me sinto horrível, nem me sinto
invisível. Na verdade, a lógica se contrai e eu sou apenas tudo o que ele tem
em mente. É o que eu espero. Eu quero ser a única que passa pela sua mente.
Talvez ele pudesse me comparar, eu não me importaria se Justin o fizesse. Se
isso deixar com que eu flua em seus pensamentos, não será problema algum.
De
repente, noto que sua calça já não está mais em seu corpo. O desespero volta
como da primeira vez, só que agora parece diferente.
Justin
sobe sobre mim outra vez, dessa forma ele pode alisar meu rosto e me beijar
novamente. Eu amo beijá-lo. Fizemos isso tão pouco, por isso eu travo minhas
pernas em sua cintura, apenas por medo de ele desistir disso, porém agora não
parece menos interessado do que eu.
Então,
sinto, com dificuldade, suas mãos abaixarem a boxer roxa que está em seu corpo.
Ele ri entre o beijo e nossos músculos se contraem ao mesmo tempo. Meus olhos
se esmagam e eu apoio minha testa sobre a dele, deixando nosso beijo um pouco
mais calmo. Justin não parece apressado, muito pelo contrário, está tão calmo e
seus toques tão intensos. Seus dedos tateiam a lateral do meu corpo e se
deslizam calmamente. Eu sinto a queimação percorrer minhas veias; sobretudo,
fecho meus olhos firmemente e o sinto agarrar minha cintura com
força; talvez quisesse que eu ficasse quieta, mas eu já estou, sempre
estive. E, quando eu o sinto tocar meus seios, os dois ao mesmo tempo, solto um
gemido, que logo é abafado pela sua boca quente sobre a minha, quase como se
ele estivesse passando o ar que consumira, todo para mim.
Portanto,
novamente aquilo acontece.
Minhas
costas se erguem e formam uma onda por baixo de mim, em meu corpo. Uma curva
alta totalmente arredondada. Eu o sinto em mim, e é tão devagar que me deixa
totalmente consumida pelos seus toques. Eu passo minha perna direita por cima
da sua e ele apoia sua mão esquerda no travesseiro onde uma parte da minha
cabeça está apoiada. Justin mantém seus olhos abertos enquanto se movimenta
lentamente. Sua boca está tão linda, justamente perto da minha. Ele solta
alguns grunhidos como eu.
—
Justin... — eu sussurro baixinho, eu sei que ele está me ouvindo perfeitamente.
Nossos olhos não se movem, ele nem ao menos pisca. — Eu quero ser sua... Só
sua.
Ele
não responde, isso não me incomoda. O que me incomoda é o fato de sua expressão
ser tão inexpressiva. Porém um sorriso domina seus lábios e isso me
reconforta. Sua mão vaga carrega minha nuca e me puxa com lentidão. Novamente
posso beijá-lo.
—
Sabe de uma coisa? — ele questiona, assim... Do nada. — Você é uma pergunta sem
resposta.
Com
ele, nesse momento, eu acabo percebendo o quanto a solidão é assustadora.
Justin Bieber POV.
07h00min AM.
Acordo
um pouco assustado, notando a janela fechada e algumas roupas espalhadas pelo
chão. Logo me levanto apressado e passo minhas mãos entre cada fio dos meus
cabelos. Só que eu a sinto se remexer e, simplesmente sua voz flui calmamente:
— O
que foi? — eu viro meu rosto e vejo Selena sorrindo.
—
Quantas horas? Estamos atrasados. — aviso e procuro meu celular por entre os
cobertores que tapam da minha cintura para baixo e cobrem um pouco mais que a
metade de Selena, deixando só seus ombros e rosto amostra.
—
Não. — ela resmunga. — Por favor, fique aqui comigo. Eu não quero ir àquele
lugar mais. — pede manhosa. Ela está sorrindo. Então, quando levanta um pouco,
abraça meu corpo por trás e beija minhas costas desnudas.
Porque
tão carinhosa? Como pode acordar com tanto bom humor?
Droga!
Transamos.
A
culpa consome meu corpo, eu me sinto pesado e, por essa razão, e me deixo cair
sobre o colchão novamente. Selena solta uma risada meiga e para seu corpo sobre
meu abdome destampado. Ela apoia as duas palmas em minha pele e deixa seu
queixo sobre as costas de suas mãos. Está sorrindo.
—
Podemos passar à tarde juntos hoje? — pergunta.
—
Às três horas eu preciso estar na oficina.
—
Você conseguiu o emprego? — assinto com a cabeça e ela comemora com um sorriso
delicado. — Eu nunca trabalhei na minha vida.
—
Nem eu. — eu acabo rindo. Por isso, ela ri junto, como se minha risada fosse o
motivo da sua. — Você dormiu bem?
—
Aham! E você?
—
É, a noite foi ótima. — sou sincero e, então, acaricio suas bochechas inchadas.
—
Justin... Você ficará comigo? — não respondo, porque não entendo. Selena se
levanta um pouco, puxa o cobertor, pois parece não querer demonstrar seu corpo
nu.
—
Amor não é uma coisa que você pode pedir a alguém, Selena.
—
Eu não estou pedindo para que você me ame. — responde rápida. — Eu acho que
posso fazê-lo gostar de mim. — isso me surpreende, pois, bem, eu não sei se eu
conseguiria desgostar de Hailey tão naturalmente. — Eu preciso de você agora. —
ela ri. — Mas não é sobre como eu não poderia viver sem você, não, não é nada
disso. É como se eu estivesse sozinha e, ao mesmo tempo em que eu te tenho, não
te tenho também. Só promete que vai ficar comigo.
—
Você é uma pessoa tão boa. Eu acho que você não é para mim. — ela
sorri; eu não disse a ofendendo, não é como se eu tivesse dizendo que não
a quero em hipótese alguma. Se eu pudesse, agora, realmente escolheria Selena,
mas não é sobre quem eu posso decidir gostar. Ela sabe disso.
—
Eu não sou tão bonita, mas...
—
Você é sim. — garanto.
—
Não! — Selena nega com a cabeça e sorri como se tivesse conformada com aquilo.
— Eu não sou bonita nem de longe e nem de perto.
—
Eu não queria dizer que você está errada, mas você está.
— Eu me sinto um troço.
Eu
me levanto e logo pego em seu queixo, trazendo-a para mais perto.
Então,
sussurro bem baixinho:
—
Ouça... Eu sei que você está com medo, sei que está assustada e envergonhada
por tudo isso. Eu sei que as pessoas estão te olhando de uma forma ruim, sei
que você deve se sentir horrível por isso, mas não ache que você é menos do que
elas, porque não é. Não se desmereça. — ela apenas balança a cabeça, eu
continuo segurando seu rosto pequeno e suado, quente e fino. — Eu confesso...
Eu não estou totalmente feliz, mas também não estou triste. Nós dois... Dois
adolescentes sem rumo algum, que não sabem nem ao menos ferver água. — Selena
ri. — Nós dois fizemos uma criança, essa não deveria ser a melhor coisa do
mundo? — Selena se levanta e a coberta sai do seu corpo. Eu rio ao olhá-la nua
bem na minha frente, com seus joelhos dobrados no colchão. Não me incomoda,
longe disso.
Ela
roda seus braços em meus ombros e eu me pergunto por que não posso tentar. Algo
me impede, eu sei o que é...
(...)
—
Será que podemos ter uma coruja? — eu rio de sua pergunta. Selena se senta
sobre o balcão e balança suas pernas. Tão menininha.
—
Não. — respondo ainda sorrindo.
— E
um porquinho? Eu adoro porquinhos.
—
Nem pensar.
— E
um hedge?
—
Que droga é hedge?
—
Eles são tipo o Sonic, sabe? Aquele dos vídeos-games. Mas não são azuis. —
explica. — Eles são muito dóceis e bem fofos.
—
Por que você não pode ter um animal normal? Tipo um cachorro, um gato... Até
mesmo um hamster, sei lá.
—
Tenho preferência por animais exóticos. — eu gargalho e abro a geladeira,
encarando os alimentos que estão dentro dela. — O que teremos para o almoço?
—
Vamos passar fome, estou falando sério. — ela ri e desce da bancada, vindo ao
meu encontro e apoiando seu corpo ao lado do meu.
—
Podemos fazer omeletes.
—
É, pode ser também.
Ela
ri quando eu conto algumas piadas. Joga sua cabeça para trás e soa como uma
garotinha frágil e inquebrável, mas é o inverso, ela é delicada demais para ser
imune a qualquer idiota como eu. Seu cheiro é bom, ela usa o pijama que eu
arranquei de seu corpo na noite passada. Em seus pés há uma pantufa
cor-de-rosa.
Eu
tento, tento de verdade pensar apenas nela, e nessa manhã eu consigo. Selena é
a única pessoa que passa pela minha mente. Sua voz é o único som que lembro no
momento.
Então
eu paro meu corpo perto do balcão e a olho... Eu poderia fazer isso por
muito tempo.
Ela
vira seu rosto e sorri. Assim, pergunta:
—
Por que está me olhando assim?
— Porque eu estou tentando achar a
coisa que faz você se sentir um troço. — a garota
sorri, apenas sorri. Então volta a mexer o garfo nos ovos quebrados dentro de
um prato.
—
Você a ama?
—
Não. — eu respondo sério, me questionando qual o motivo daquela pergunta. — Eu
acho que nunca amei uma garota de verdade. E, também, não sei se conseguiria
dizer isso a alguém.
— Dizer o quê? “Eu
te amo”?
—
É!
—
São apenas três palavras, Justin.
—
Apenas as três palavras que eu não conseguiria dizer a alguém. — sou debochado.
—
Se você não sabe como dizê-las, pode escrevê-las a alguém. É bem simples.
—
Você ama alguém?
—
Eu gosto de você. — rio, pois acho engraçada a forma como ela não se limita a
dizer certas coisas. Talvez esse fosse seu maior defeito, e não a fragilidade
em exagero. — Acho que consegui. — a morena bate palmas e serve as omeletes em
dois pratos brancos. Então, caminha em minha direção e apoia os objetos de
vidro no mármore ao meu lado
—
É... Parabéns pela sua primeira omelete. — eu rio e ela me beija, do nada.
Suas
mãos seguram firmemente meu rosto, ela desgruda seus lábios de mim e sorri.
—
Se você pudesse fazer apenas uma pergunta a Deus... Qual seria?
—
Eu não sei. — respondo sincero, passando minhas mãos em sua cintura, prensando
seu corpo entre minhas pernas. — E você?
—
Eu perguntaria por que o céu é azul. — eu sorrio, a acho tão perfeita...
Perfeita demais, na verdade.
Eu
acho que Hailey não faria esse tipo de pergunta. Hailey também não me
olharia daquela forma, tampouco sorriria tão gentilmente.
Talvez
eu perguntasse a Deus se Selena é realmente feita para mim.
"Eu sei que as coisas estão loucas, eu sei que parece que estamos nos afundando. Então, só se segure em mim, eu posso ser seu salva-vidas. Eu não quero acabar como o Titanic." — Titanic
Nenhum comentário:
Postar um comentário